sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Viva


A tecnologia e a globalização trouxeram ao mundo uma capacidade imensa de interação, comunicação e competição. Estes fatores associados, dentro deste mundo rápido obriga ordinariamente que pessoas, por outro lado, também, corram sem parar. Para tanto, o dia existencialmente fica mais curto e as horas de trabalho mais longas; os momentos com a família mais raros, bem como também escassos os momentos de lazer, convivência e envolvimento. A vida vai ficando mecânica, técnica e impessoal. O tempo que nos resta, muitas vezes é dedicado ao sono e ao isolamento. "Estamos muito cansados"- é o argumento. O fator existir toma o lugar do viver. O que importa nesse tipo de raciocínio é subsistir e não viver. E estilo de vida cada vez mais comum, infelizmente, torna a nossa vida relacional pobre e degradante. A afinidade eo carinho que sentíamos pelas pessoas vão sendo substituídas gradativamente por relações cada vez mais superficiais. A corrida veloz em que a vida se tornou não nos permite ombros para chorar, mãos para nos confortar e afeto para nutrirmos. Mais ou menos como se disséssemos: Não tenho tempo para ser humano. Sou uma máquina que produzo para o consumo meu e do mundo. O materialismo puro e simples é um grande engano. Dá-nos uma ilusão futurista de que um dia distante viveremos com tudo aquilo que conseguimos. É exatamente nessa alienação de ter para depois ser que estamos todos desavisadamente metidos. As coisas devem acontecer juntas, intradependentes mas com prioridade, é claro, voltadas para o ser. Neste mundo ilusório ( o materialista ) falamos mais e mais das realizações profissionais para abafarmos, quase sempre, os fracassos e as fraquezas do nosso mundo emocional e relacional. As corporações modernas paradoxalmente lutam por tornar o seu profissional mais competitivo, ou seja, muito embora vivendo corporativamente deve ser, ao mesmo tempo, mais individualista e ambiciosos.
Como seres criados à "imagem e semelhança de Deus", devemos buscar, antes de qualquer coisa, a nossa razão última de ser enquanto humanos e insaciavelmente sedentos de vida.

Brilha onde estiver :*